terça-feira, 12 de agosto de 2008

O Elevador

Mamãe estava morando na zona Norte e na zona Sul, mas aos finais de semana eu ficava com ela e seu novo marido. Eles moravam num apartamento e lá tinha piscina e eu me divertia muito e comia muita coisa ruim que mamãe preparava (ainda bem que ela aprendeu a cozinhar),mas eu sofria,rs.
À noite, eu e Bruno não tínhamos nada para fazer e eu, com minhas idéias mirabolantes resolvi aprontar. Eu induzi o meu irmão a irmos para o último andar do prédio (aquele onde fica a caixa d água e não tem proteção nenhuma). Eu queria saber como era, porque a recomendação era nunca subir lá. É claro que eu subiria uma hora ou outra.
Apertamos o botão do elevador e vagarosamente íamos alcançando o topo, só Não alcançamos porque alguém resolveu apertar o botão para adentrar no elevador. Não contávamos que à mulher que entrou iria interfonar para o zelador para dizer que duas criancinhas estavam indo para a caixa d`água.
Tivemos que descer porque a mulher mandou e voltamos para casa sem dizermos nada. Após alguns minutos, o zelador toca a campainha de casa e disse: Seu Moacyr sabe onde estavam seus filhos? Eles estavam tentando ir para a caixa d água. Eu e meu irmão ouvimos a conversa e tratamos de correr, afinal, a mão do Moacyr era enorme. Só sei que eu dormi atrás da porta da cozinha com medo do peso da mão dele em meu pequeno bumbum.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A rua da casa do papai

Meu pai nunca tinha sido um pai presente, até que apareceu a “tia Apasra”, sim, esse é o nome dela. Tia Apasra tinha uma filha, a Jéssica, para mim e meu irmão, era Jéca mesmo.
Nós três aprontávamos muito. Meu pai até hoje mora na mesma casa, numa rua bem pequena, quase que escondida, mas que para nós era a floresta amazônica! Amávamos explorar toda a região.
Invadíamos as casas dos vizinhos, roubávamos babosa para fazer gel e vender na rua, tocávamos a campainha e saíamos correndo e até teve o dia que fizemos isso e um homem ficou muito nervoso, pegou o carro e correu atrás de mim com uma arma na mão. Pobre do homem que não sabia rir das travessuras de uma criança.
Meu pai nunca deu bola para nossas traquinagens, mas teve um dia, que, eu, meu irmão e a Jéca pegamos a mangueira e apontamos para a janela do vizinho que estava aberta. Passado um tempo o vizinho liga para o meu pai e diz: “Boa tarde, eu sou seu vizinho. Não sei se o senhor sabe, mas eu sou arquiteto e seus queridos filhos fizeram o favor de jogar água no meu projeto e eu vou maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaatar os seus filhos”.